Não é mais segredo para ninguém nos bastidores da política alagoana: o PL, legenda de Jair Bolsonaro e símbolo do conservadorismo no país, já tem endereço certo no estado. O futuro comandante da sigla é Arthur Lira, ex-presidente da Câmara dos Deputados e atual chefe do PP em Alagoas. 3c4a5i

A informação, embora ainda não oficializada, circula com naturalidade entre lideranças partidárias e figuras do meio político. Trata-se, segundo fontes, de um movimento consolidado que deve se confirmar em breve, com o aval da executiva nacional e a bênção do clã Bolsonaro. Com isso, Lira, que comandou com força a Câmara na legislatura ada, amplia seu raio de influência no tabuleiro eleitoral de 2026 — ainda que já não ocupe o posto de principal articulador do Congresso.

A incorporação do PL ao guarda-chuva de Lira consolida uma reconfiguração partidária no estado. A estrutura que se desenha coloca o grupo liderado por ele em condições de paridade com o bloco calheirista — formado por figuras como Renan Calheiros (MDB), o governador Paulo Dantas (MDB) e o ministro Renan Filho (Transportes).

Com dois dos maiores partidos do país sob sua influência (PP e, agora, PL), Arthur Lira se posiciona para encabeçar uma frente conservadora robusta, com vistas às eleições estaduais e federais. A tendência é que a nova configuração provoque uma reorganização das forças de centro-direita em Alagoas, atraindo prefeitos, vereadores e lideranças locais que já orbitam em torno de seu grupo político.

Além disso, o controle do PL pode reforçar o palanque bolsonarista no estado, algo que estava até então disperso e sem comando orgânico. Com Lira à frente, essa base tende a se consolidar — não necessariamente como uma candidatura própria, mas como um polo de poder em disputa direta com o MDB e seus aliados.

O que se verá nos próximos meses é o início de uma disputa de gigantes em Alagoas: de um lado, o grupo que há décadas domina o estado sob a batuta dos Calheiros; de outro, um Lira fortalecido, agora com duas armas poderosas na mão. A guerra pelo governo estadual em 2026 promete ser uma das mais acirradas da história recente alagoana.